Árvore elegante,
originária da América Central, muito cultivada em Minas Gerais. Caule
pouco ereto, de até 20 m
de altura, tendo a extremidade superior dos ramos e os brotos amarelados, com
pelos ou quase glabros. Folhas alternas, simples, pecioladas, polimorfas, mas
geralmente lanceoladas, acuminadas, agudas, peninérveas, coriáceas, amarelo
pubescentes na página superior, enquanto jovens, glabras e raramente
pubescentes na página inferior, quando adultas. Flores pálidas ou brancas
esverdeadas, muito pequenas, com o perianto persistente, disposto em corimbos. Ovário
piloso e globoso. Fruto drupa, esférica ou piriforme de cores variáveis entre
verde amarelo e violeta. Polpa comestível, com alto teor de gordura, de cor
verde-amarelada, semelhante à manteiga, muito apreciada, envolvendo a semente
que é globulosa e grande. Multiplica-se por sementes em locais quentes, embora
algumas variedades suportem temperaturas baixas. Preferem terrenos sílico-argilosos,
férteis e profundos.
Partes Usadas Folhas, sementes,
frutos, cascas ou brotos.
Formas Farmacêuticas Decocto,
infuso, óleo, extrato-fluido, xarope, tintura ou pó.
Emprego O óleo essencial tem
atividade antibacteriana contra pseudomonas e estafilococos. Os extratos
orgânicos das sementes têm atividade contra Escherichia coli, Sarcina lutea e
Staphylococcus aureus. O óleo da polpa tem atividade linfocitária e fagocitária
e atividade depressora do sistema nervoso central. A cultura popular mineira
preconiza os seguintes empregos: diurético, colagogo, tem propriedade emenagogas
e carminativas. O óleo extraído da polpa do fruto, por sua riqueza em vitaminas,
é usado como antirraquítico, vermífugo, peitoral, contra urticárias, cálculo renal,
queda de cabelo, infecções das gengivas, diarreia, cefalalgias e hipertensão arterial.
Também se usa para fortalecer os dentes e combater a cárie. O óleo da semente é
usado em alcoolatura, em fricções externas, contra dores articulares e reumatismo
e a posologia depende do tamanho da semente. Coloca-se a semente picada em
álcool, de modo a cobrir a mesma e sobrar um pouco. Deixa-se 7 dias em
maceração e depois se aplica a alcoolatura externamente. Foi constatado em experimentos
com animais estimulação significativa do útero. Pacientes com artrose, tomando
cápsulas da parte insaponificável, tiveram melhoras significativas em 70% dos
casos.
Constituição Química A polpa do
fruto tem os seguintes ácidos graxos: oleico, linoleico, palmítico, esteárico,
linolênico, cáprico e mirístico. Encontramos também hidrocarbonetos alifáticos
saturados, álcoois alifáticos e terpênicos, β-sitoesterol, poliol insaturado,
vitamina A, E, tiamina, riboflavina, niacina e ácido ascórbico,aminoácidos
(ácido aspártico e glutâmico) e GABA. Além disso, contém fósforo, ferro. A
semente possui α-tocoferol, pró-antocianidina (biflavonil), hidrocarbonetos derivados
esteroídicos e glicídios e uma saponina. O extrato aquoso das folhas contém
óleos essenciais e aminas biogênicas, flavonoides (quercetol, catequina, epicatequina
e cianidina), um princípio amargo (abacatina), persiteol, perseita e tiramina. Interações
Medicamentosas e Associações A ingestão para pacientes que estão recebendo
terapia anticoagulante (varfarina) diminui o efeito da droga. Por outro lado,
os pacientes que recebem tratamento antidepressivo com inibidores da monoaminoxidase
podem sofrer crises hipertensivas devido à tiramina. As folhas do abacateiro
podem ser associadas ao chapéu-de-couro e cana-de-macaco no tratamento de
doenças renais.
Contraindicação O chá de suas
folhas deve ser evitado para as mulheres grávidas. Toxicidade A polpa do
abacate não é tóxica. As sementes não são ingeridas. Devido ao uso das folhas
como larvicida e inseticida, é necessário usar com cautela as folhas dessa
espécie.
Família: Lauraceae
Nome Científico: Persea americana Miller
Sinonímia Vulgar: Abacate, avocato.
Sinonímia Científica: Persea drymifolia Cham. & Schltdl.; Persea edulis Raf.; Persea
americana C. Bauh.; Persea gratissima Gaertn.; Laurus indica Siab.; Persea persea Lock.
