Abútua

Encontrada em diversas regiões do Brasil, a abútua é uma trepadeira longa, dioica, lenhosa, semelhante à parreira, porém sem gavinhas, as raízes amarelo-pardas, com caule de vários metros de comprimento atingindo o topo das árvores. Folhas alternas, peltadas, simples, inteiras, pecioladas, chegando a 30 cm de comprimento, de formas variadas, muitas vezes ovoides, largas, arredondadas ou aguçadas, ou somente cordiformes na base. A face interior é coberta, nos intervalosdas nervuras, de uma penugem cerrada e cinzenta. Folhas nunca estipuladas. Flores unissexuadas, pequenas, dispostas em cachos que nascem próximo dos ramos novos e velhos. Cálice com 9 a 12 peças, dispostas em 3 verticilos, sendo as 3 peças internas largas e petaloides. Corola com 6 pétalas dispostas em 2 verticilos. Os estames são estéreis ou rudimentares na flor feminina, ao passo que na masculina são em número de 6, com filetes livres e apiculados, anteras basifixas e biloculares. Frutos do tipo drupa oval, vermelha e miúda, em grande número e dispostas em cachos semelhantes aos da parreira. Partes Usadas Folhas, cascas ou raízes.
Formas Farmacêuticas
Infuso, decocto, tintura, extrato fluido ou pó.
Emprego Popularmente é usada como diurética e febrífuga. Além disso, é considerada tônica, estomáquica e antiasmática. Usada como anti-hemorrágica uterina, problemas menstruais, no parto, como analgésico oral e antifebrífugo.
Posologia: infuso e decocto a 2,5%, de 50 a 200 ml ao dia; pó, de 1 a 5 g ao dia; tintura, de 5 a 25 ml ao dia. A substância tetandrina tem atividades analgésicas, antiinflamatórias e febrífugas comprovadas.

Constituição Química Alcaloides (beberina, buxina, chondodendrina, condrofolina, curina isoberberina, d-tubocurarina), saponinas, esteróis, triterpenos, óleos etéreos, politerpenos e polifenóis. Contém, também, uma substância chamada tetrandrina.
Interações Medicamentosas e Associações Potencializa os relaxantes musculares.
Contraindicação Em doses altas não utilizar na gravidez e amamentação, pois possui efeito abortivo. Não deve ser usada em pessoas com miastenia grave. Toxicidade Não foi encontrada citação de toxicidade, nas doses recomendadas. Essa planta faz parte do preparo do curare, veneno utilizado pelos ameríndios.

Família: Menispermaceae
Nome Científico: Cissampelos glaberrima A. St. Hil.
Sinonímia Vulgar: Chondodenderon platyphyllum (St. Hil.) Myers; Cyssampelos abutua Vell.; Coccullus platyphyllus St. Hil.; Botryopsis platyphylla Myers