Algodoeiro

Planta perene que atinge até 2 m de altura, folhas desenvolvidas, de nervação palmadas, dividida em 5 lobos nas inferiores e 3 lobos nas superiores; sendo às vezes inteiras, todas sustentadas por um pecíolo regular, com 2 estípulas na base. As flores são isoladas e axilares, sustentadas por um pedúnculo. O cálice é pentâmero, gamossépalo, porém dividida em 5 lobos e oculto por 3 brácteas grandes, cordiformes, de 5 a 8 cm de largura e subdivididos em inúmeros lacínios agudos e profundos. As pétalas são amarelas com uma mancha purpúrea na base. Androceu e gineceu semelhantes aos de outras malváceas. Fruto cápsula ovoide,
aguda de 5 a 6 cm de comprimento, com 3 cavidades contendo poucas e grandes sementes recobertas de numerosos e longos pelos brancos (arilo). 
Partes Usadas Cascas da raiz, semente e seus pelos ou folhas.
Formas Farmacêuticas Extrato fluido, decocto, algodão hidrófilo, óleo ou sumo. Emprego Popularmente, o chá das folhas é utilizado no tratamento das disenterias e hemorragias uterinas (5 g em meia xícara de água, beber uma xícara ao dia). Cataplasma das folhas como cicatrizante. O chá da raiz faz-se com 2 pedaços médios em meio litro d’água para os casos de falta de memória, emenagogo, distúrbios da menopausa e impotência sexual. O chá das flores e dos frutos verdes friccionados localmente nas micoses, frieiras e impinges. O óleo da semente, além do seu uso em culinária, é empregado como purgativo e vermífugo para lombrigas. Localmente como emoliente, para combater piolhos da cabeça e do corpo. Conforme trabalhos produzidos na China, o gossipol possui atividade antifertilidade masculina, reduzindo a espermatogênese. Já -sitosterol exibe atividade estrogênica fraca, reduz os níveis séricos de colesterol e reduz o tamanho da próstata em hiperplasia prostática benigna. E o ácido cítrico possui atividade anticoagulante discreta. As folhas em decocção ou vinho são utilizadas para combater inflamação uterina.
Constituição Química Os constituintes mais importantes do algodoeiro são o gossipol e seus derivados, estando presentes nas sementes e em menor quantidade na casca da raiz, folhas e flores. Essas substâncias conferem à planta um certo grau de resistência ao ataque de insetos e fungos patogênicos. Os botões florais possuem óleo essencial, contendo compostos carbonílicos, hidrocarbonetos, álcoois e indol. Já na casca da raiz encontramos resinas, esteróis, triterpenoides, açúcares, ácidos graxos e aminoácidos.
Interações Medicamentosas e Associações Altera o metabolismo de diversas drogas por diminuir os níveis enzimáticos. O gossipol pode ter ação sinergética quando combinado com agentes alcalinizantes. Aumenta a perda de potássio. Diminui a quantidade de hormônio tiroidiano no sangue.
Contraindicação 
Na gravidez, pois atua produzindo contração do útero semelhante à induzida pela ergotamina, e para homens em idade fértil por possuir atividade antifertilizante masculina. Mulheres que desejam engravidar devem evitar o uso de carapsina (um dos princípios ativos do algodoeiro), pois pode impedir a nidação
do ovo no endométrio. No trato gênito-urinário quando existe inflamação, pois tem efeito diurético estimulante. Na hipocalemia. Produz descoloração capilar.
Toxicidade O gossipol e seus derivados são substâncias tóxicas para animais não ruminantes. Em alguns casos, o chá das folhas do algodão pode aumentar o fluxo menstrual. Caso esse efeito seja intenso ou o medicamento esteja sendo empregado para o tratamento de hipermenorreia, seu uso deve ser interrompido.
O uso prolongado pode causar esterilidade masculina.

Família: Malvaceae
Nome Científico: Gossypium hirsutum L.
Sinonímia Vulgar: Algodão, coton.
Sinonímia Científica: Gossypium hirsutum Cav.