Ipeca


Família
Rubiaceae
Nome Científico
Cephaelis ipecacuanha (Brot.) A. Rich.
Sinonímia Vulgar
Ipecacuanha, ipeca, ipecacuanha-anelada, ipecacuanha-preta,
poaia-do-mato, poaia-cinzenta, poaia-legítima, ipeca-preta.
Sinonímia Científica
Evea ipecacuanha Standley; Cephaelis emetica Pers.; Psycotria
ipecacuanha Brotero; Uragoga ipecacuanha Baill.; Psychotria
ipecacuanha Müell Arg.; Ipecacuanha officinalis Arr. Cam.;
Uragoga ipecacuanha H. Br.; Evea ipecacuanha (Brotero)
Standl.; Psychotria ipecacuanha Stokes; Callicocca ipecacuanha
Brotero

PECA

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Descrição Pequeno vegetal lignificado, com raiz formada de anéis superpostos
de caule simples de 10 a 40 cm de altura, contendo, na sua parte superior, alguns
pares de folhas opostas, curtamente pecioladas, com estípulas interpeciolares,
unidas na base e lacínios no ápice. O limbo é oval, oblongo, um pouco agudo
no ápice, peninérveas, inteiras, verde-escura na face ventral e verde-claro na
dorsal. Flores pequenas, brancas, inodoras, em capítulos terminais de glomérulos
ou cimeiras, curtamente pedunculadas, com 4 grandes brácteas decussadas
protegendo a inflorescência e formando um invólucro. Hermafroditas, regulares,
cálice gamossépalo, regular, pentâmero, pequeno, triangular, obtuso. Corola
gamopétala, de tubo estreito, cilíndrico, com 5 lobos. Estames em número de 5,
inclusos, livres e epipétalos. Ovário ínfero, bilocular, uniovulado. Fruto baga com
duas sementes albuminosas retorcidas e de testa dura.
Parte Usada Raízes, colhidas no início da primavera estando as plantas floridas.
Formas Farmacêuticas Infuso, decocto, tintura, extrato fluido, pó, vinho ou xarope.
Emprego Expectorante, diaforético, antidisentérico, emético usado nas disenterias
do tipo amebiana. Em doses reduzidas, expectorante nas bronquites e asmas,
purgativo e tônico. O uso farmacológico é devido à presença de 2 alcaloides
presentes nas raízes: a emetina e a cefalina, que conferem à planta atividade emética
e amebicida. A dose do xarope para adultos e crianças é de 15 ml, seguidos por 1
a 2 copos de água, o que pode ser repetido depois de 20 minutos. Se não ocorrer
a êmese, o xarope deve ser retirado por lavagem gástrica.
Constituição Química Alcaloides (emetina, cefalina, psicotrina, emetamina, cafeína
e alguns traços de outros alcaloides), ipecósidos (glicosídeo iridoide), taninos
catéquicos, saponinas, sais minerais. Ácidos ipecacuânico, málico e cítrico; amido
e açúcares redutores.

Interações Medicamentosas e Associações A ipeca pode apresentar ineficácia,
quando administrado simultaneamente com outros fármacos antieméticos como
a fenotiazina. Tem também seu efeito emético reduzido com a administração
simultânea de carvão ativado.
Contraindicação Para gestantes e lactantes, pois a emetina é estimulante do

útero. Para crianças com menos de 1 ano, devido à toxicidade potencial. É contra-
indicado em casos de coma ou convulsões associadas ao envenenamento. Para

pessoas que possuem problemas cardíacos, neuromusculares, insuficiência renal
e quadros hipotensivos severos.
Toxicidade Não se deve fazer uso da ipeca por períodos prolongados, devido ao
fato de os alcaloides apresentarem efeitos acumulativos e provocarem sobrecarga
na função renal. Doses altas provocam náuseas, vômitos, diarreia hipotensão
arterial, polimialgias, arritmias cardíacas. O pó irrita a pele e as membranas mucosas,
provocando espirros e tosse. Seu uso como emético nos envenenamentos foi
proibido devido ao efeito irritante e corrosivo no esôfago. Se usado como emético,
nos envenenamento por thinner e outros destilados de petróleo, pode causar
irritação no pulmão, por aspiração. Em envenenamento por estricnina pode
induzir convulsões.
Ref. Tratado Plantas Medicinais